2020 foi um ano de pandemia e a crise foi bastante violenta. Todos fomos afetados, em maior ou menor grau, sem perspectivas, muitas empresas tiveram de fechar portas e consequentemente muitos trabalhadores perderam seus empregos e sua principal fonte de renda (como foi o caso de muitos trabalhadores do mercado de eventos).
Os principais impactos? Medo, desespero, desemprego e insegurança econômica, traumas sociais e psicológicos (individuais). Toda crise, traz na prática, a perda do poderio econômico-financeiro e também a necessidade de se reinventar e inovar.
Muitos negócios sentiram na pele a necessidade de inovar e de se reinventar para poder continuar trabalhando.
O mercado de festas e eventos, ao contrário de outros setores da economia brasileira, estava em um momento promissor quando foi impactado pela pandemia. No ano de 2018, o Brasil movimentou mais de $17 bilhões, tinha, de fato, todos os motivos para estar confiante.
Em outubro de 2019, um estudo mundial realizado pela Eventbrite, plataforma global de vendas de ingressos e tecnologias para eventos, em parceria com a agência Mantis Research, reuniu dados coletados por mais de 6.800 entrevistados, trazendo uma perspectiva de crescimento e de investimento no setor. O estudo aponta que 78% dos organizadores brasileiros pretendiam fazer mais eventos em 2020, liderando as expectativas na área, a frente do Reino Unido, com perspectiva de aumento em 58%, e Alemanha, com 56%.
Porém, entretanto, todavia, o setor de entretenimento foi o mais afetado durante a pandemia com 98% da categoria atingida – o que representa 4,32% do PIB nacional, gera 7,5 milhões de empregos diretos, indiretos e terceirizados e paga cerca de $50 bilhões de impostos. Em meio à crise, cerca de 57% das empresas foram obrigadas a fechar, atingindo segmentos como Brandend experience, patrocínios, artistas, produtores, equipe de apoio, parceiros, cenografia e muitos outros.
Da mesma forma que vemos muitos planos ruírem sem poder fazer muita coisa a respeito, recursos como as lives e transmissões online aumentaram bastante. Um fato é que muitas organizações crescem nas horas mais turbulentas, que é quando se organizam melhor para enfrentar as dificuldades e se fortaleçam mais, o que pode ser visto como um ponto positivo.
Pode ainda ser cedo para sabermos o que vai acontecer efetivamente com a indústria do entretenimento. Afinal, estamos vivendo um dia de cada vez, com mudanças de posicionamentos, decretos e novas recomendações a toda hora.
“De forma geral, pessoas não são projetadas para se isolarem umas das outras. Não é evolucionário e não é como fomos programados”, comenta Chris Ferguson, professor de psicologia da Stetson University.
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O entretenimento durante a pandemia
Neste momento é interessante deixarmos de lado os pensamentos improdutivos que sempre ocorrem durante períodos turbulentos. De uma maneira ou de outra o ser humano vai encontrar uma forma de interagir e se comunicar. Em meio a pandemia de Covid-19 a maneira de se colocarem em contato com seu público, artistas, Djs e promotores de eventos tiveram de inovar e se adaptar aos recursos tecnológicos. De acordo com o professor de psicologia da Stetson University, Chris Ferguson, o aumento das lives se dá ao fato de mais pessoas estarem utilizando o recurso como “escape” por não poderem sair de casa.
A popularização das lives foi grande e ao que tudo indica o formato irá continuar após o fim da pandemia. Logo, pode ser uma forma efetiva que traz bons resultados para a comunicação de uma marca, sejam elas artistas, Djs, promotores, festas e labels. Grandes marcas como Defect e suas sub marcas, festivais como Tomorrowland e Burning Man investiram pesado em grandes eventos em formato de live. Mas uma dica que deixamos aqui é comece, um passo de cada vez!
Outro serviço que disparou em todo mundo foi o streaming, utilizados para criar um canal interativo entra as marcas e sua audiência. Além dos streamings de áudio, plataformas como YouTube e Twitch TV viram seus números dispararem.
Em períodos de crise outra forma de criar relevância e força de ação encontradas por empresas ligadas ao setor de eventos tem sido as associações e parcerias entre marcas ou profissionais para criar conteúdos ricos a serem compartilhados em eventos online. A valer, existe um esforço em buscar soluções para sobreviver a este momento e se prepara para a retomada dos negócios.
Com o ponto de vista da imunização da população, produtores de eventos e empresas do setor terão que se preparar para atendem uma demanda reprimida de pessoas, famílias, empresas, parceiros, fornecedores e outros. Uma empresa focado no mercado de festas e eventos de Juiz de Fora, MG, lançou uma plataforma digital com o propósito de ajudar fornecedores e consumidores a criarem eventos, visando ampliar a divulgação de produtores e fornecedores do mercado de festas e ventos da cidade, atraindo e impactando o público deste segmento com conteúdo de qualidade.
Apesar dos avanços e relevância que a internet tem tomado, muitos fornecedores para festas ainda se restringem aos meios convencionais, como boca a boca e apenas se arriscam nas redes sociais de forma improvisada. Alcançar novos consumidores na internet ainda é um desafio para muitas marcas e é esta lacuna que viemos preencher com o Tuntistun, temos a expertise, a plataforma e a vontade de gerar relacionamentos.
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O futuro pós pandemia
O futuro é promissor, novos produtos e serviços aparecem no mercado, muitos, acreditamos, irão se perdurar, mesmo com a imunização. O setor tem tudo pra se redimir e crescer, os formatos online seguem a tendência que deve perdurar, ganhando força e adeptos. Outra opção é a realização de eventos híbridos (presencial/virtual) podendo atender a todo o público alvo. Com o meio digital, perdemos as barreiras da geolocalização.
A recuperação deste setor é difícil, pois a maioria das atividades dependem de aglomeração. O momento pede foco em atividades que não necessitem de aglomerações, como construção de novos projetos, elaboração de roteiro, pesquisas, prestações de contas, edição de sonorização e imagens. O cenário demonstra uma ligeira melhora em comparação ao início da pandemia. A tendência é ser gradual e lenta.
Embora ainda estejamos em águas profundas, é reconfortante saber que tudo, eventualmente, acaba e não seria diferente com esta pandemia. Além do mais, a história nos mostra que, uma vez que terminam, há um período e que as pessoas procuram uma interação social maior, como dito pelo professor de Yale e epidemiologista social, Dr. Nicholas Christakis, ao jornal The Guardian.
E há indícios de que já estamos experimentando os primeiros sinais de que a indústria cultural, ainda à beira do colapso, pode estar se recuperando com uma demanda maior do que nunca.
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