Leriss conta sobre seus múltiplos talentos
[TUNTISTUN] Oi Leriss, tudo bem? É uma alegria fazer essa entrevista com você que é uma das pessoas que estão despontando com tanto talento, vamos falar um pouco dessa aventura?
[LERISS] Primeiramente muito obrigada pelo convite! É um prazer estar aqui na TUNTISTUN contando sobre minha trajetória. Vamos nessa 🙂
Vamos falar um pouco do início, conta um pouco de você, onde nasceu e tal, conta pra gente como foi sua juventude?
Eu nasci e cresci em Brasília, mais precisamente em Taguatinga. Minha juventude foi muito ligada à arte, desde nova me aventurei na música. Meu tio é guitarrista e faz parte de algumas bandas de rock presentes na cena de Brasília, o que fez com que eu e meu irmão tivéssemos contato cedo.
Durante meu ensino fundamental participei da banda marcial do meu colégio por 3 anos hahaha, tocava trompete e prato, e nisso participei de vários desfiles de Taguatinga. Fui baterista em algumas bandas durante o ensino médio (foi o primeiro instrumento que aprendi) e estudei violino na Escola de Música de Brasília também.
E qual a importância da música e da arte na sua adolescência e formação como pessoa?
Eu sempre gostei de inventar muito, era fanática por Art Attack e programas do tipo, fazia alguns trabalhos manuais e tive excelentes professores de artes durante meu ensino médio, o que fez com que eu decidisse ir para o campo das artes plásticas. Mas a música sempre esteve muito presente ali comigo nas minhas várias fases da vida e grande parte do que eu sou hoje tanto na vida profissional quanto pessoal se desenvolveu por ter me envolvido bastante por várias linguagens durante minha trajetória.
Quando e como você descobriu a música eletrônica?
Meu pai era DJ em algumas festas de amigos e comprava muitos cds de coletâneas na feira, ele sempre foi da farra e gostava de pesquisar o que estava tocando por aí. Eu adorava ficar ouvindo com ele, summer eletrohits tocava demais.
Comecei nova também a ir às paradas LGBTQIA+ que foi onde descobri os clássicos como Sylvester, Chaka Khan, Donna Summer, Cece Peniston, Crystal Waters e por aí vai. Mas realmente entrar nesse universo foi em 2017 quando fui às primeiras festas undergrounds, e aí comecei a pesquisar mais o que o pessoal estava tocado e entender sobre as vertentes.
E logo que você gostou da música decidiu ser Dj? Como foi esse caminho?
Lembro que a primeira vez que toquei em uma cdj foi em 2017 quando o coletivo Imã fez um workshop em uma GRAU e o Priu ensinou o básico da mixagem lá, aí já sai doida para pesquisar e me aventurar nessa área. Depois rolou um workshop do SNM que também participei. E aí em 2018 a sintra FM fez um concurso para mulheres DJs, o que me possibilitou fazer um curso na DJ School com o Arlequim, e logo depois me convidaram para participar do coletivo.
Nunca tinha pensado em ser DJ, mas eu comecei a pegar gosto pelas festas e gostava de observar os DJs tocando, daí foram surgindo oportunidades e fui me enfiando em tudooo. Sou muito grata por essas ações que possibilitaram minha entrada ao mundo da discotecagem e pelo coletivo sintra que botou fé em mim nesse início e deu tanto suporte ao longo dos anos.
Fui também DJ residente do SNM que me acolheu em 2020 até o tempo que esteve presente na cena, e hoje continuo fazendo parte do Beco Elétrico com uma galera iraaaada, talentosa e bastante ativa nos roles de Brasília.
Quais foram suas primeiras festas e Djs que te abriram os olhos?
As primeiras festas de eletrônica que fui foram a Grau, Vapo_r e Mamba Negra em 2017. E foram festas me chamaram muita atenção não só pela música como também pelo fato de investirem bastante na parte visual, as artes eram bafo, cenografia, performance… Os primeiros Djs que ouvi e levo como referência são o Priu, RHR, Cashu e Ahmed. Além claro de muitos outros que fui descobrindo quando comecei a pesquisar como Jeff Mills, Honey Dijon, Frankie Knuckles, The Hacker, Nina Kraviz.
Você tem mostrado mais um talento, também está desenvolvendo cenografias, como tem sido essa nova frente de trabalho? O que você fez para a Vapø_r ganhou destaque!
Muito obrigada! Eu já tinha trabalhado com cenografia algumas vezes, na sintra [12] com Candem, ODD BSB /dune/ com Lena Willikens, Vapø_r 3 anos c/ Carlos Valdes sintra [09] com detroitbr entre outras, mas nessa Vapo_r foi a primeira vez que fiz todo o projeto. Adorei receber o convite para fazer essa cenografia, e espero fazer muitas outras hahahah. Acredito que agrega bastante no rolê, composição visual na minha visão é necessária para que possa criar um ambiente de permutabilidades em conjunto com a música e faz com que a festa entregue uma experiência sensório-perceptiva bem mais completa.
Diz para gente 5 músicas que te marcaram no início da sua descoberta da música eletrônica?
Cunty – Kevin Aviance
No Worries – Butch
Meet her at the loveparade – Da Hool
Ginga – Danny Daze, RHR
Peace of Mind – Claro Intelecto
Quais Djs da cidade você acha que merecem a nossa atenção?
Brasília tem excelentes artistas e não perde em nada para outros estados. Gosto muito do som do Weirdo, Ahmed, Giograng, Tonny, Armenia, Pal, FAA, Anachuri e tem uma galera se destacando muito também, o Jhonat, a Úrsula Zion, Madamy.
Fala um pouco das suas influências musicais, o que você busca no seu som?
Eu curto muito acompanhar selos como Zona exp, Planetaria Soundsystem, Scuffed Recordings e produtores locais. Procuro sempre fazer um set assim como eu gosto de ouvir na pista: bem empolgante para gastar energia e dançar até. Tenho muito afeto pela house music e gosto bastante de vocais, misturas de vogue beat, além da pesquisa voltada ao electro e techno.
Pode indicar 5 músicas mais recentes que você tem curtido?
Club Music (Tool) – Andy Garvey
BDSM – Dreamkiller
SESH N STUFF – MCR-T & Partiboi69
Yardmaster Pt. II feat. Eden Burns – Nice girl
The Meek Shall Inherit the Earth – Tygapaw
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Soundcloud da Leriss:
