Web documentário lança olhar sobre festas virtuais em tempos de pandemia

“Puta Dor” registra a experiência de DJs, produtores de eventos e performers da cena underground que se reinventaram para fomentar a cadeia produtiva do setor e levar entretenimento aos quarenteners em um tempo tão sombrio.

festas virtuais

Para além de uma crise sanitária sem precedentes, que necessitou de uma resposta global para mitigar os danos e poupar vidas, são diversos os impactos provocados pela Covid-19. Do dia para a noite, aulas foram suspensas, comércios fecharam as portas, e as dinâmicas de trabalho precisaram ser revistas para trazer segurança e preservar empregos. Com o setor de eventos não foi diferente: lives, drive-ins e eventos em hotéis foram algumas das adequações necessárias para continuar existindo e resistindo.

Neste novo território cheio de possibilidades, este movimento tornou oportuno que estes profissionais se unissem para colaborar na configuração dos line-ups, estudar formatos e compartilhar experiências. Foi em uma destas noites regadas a sets de techno e performances que a Nayara Macedo (diretora de conteúdo), Dadá Scáthach (artista plástico e performer) e David Resende (arquiteto e performer) resolveram que não iriam deixar este momento passar batido e criaram o coletivo Troikka Studio.

“Eu estava impressionada com o que o setor de entretenimento estava fazendo de uma forma geral. As lives, os festivais online, as exibições de filmes no formato drive-in, foi então que comecei a participar das festas e comecei a gostar, e a curiosidade foi aumentando”, afirma Nayara. Inicialmente, a intenção do grupo era produzir performances que seriam inscritas em editais de financiamento e ter algum registro do backstage dos eventos. “Mas naquele momento não havia nenhum edital em aberto, mas a gente resolveu que faria assim mesmo, de forma independente. E só durante o processo, quando começaram a rolar as entrevistas, é que o documentário foi ganhando corpo”, revela David.

E assim nasceu o projeto “Puta Dor” [ https://www.instagram.com/putador.doc/ ], que documenta o olhar de mais de trinta profissionais atuantes nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo neste período de transição, além trazer à luz um pouco das origens dos movimentos e coletivos que se engajam na cena underground da música eletrônica. “Nós estávamos muito interessados na ressignificação dos espaços quando se vai para o digital, em transmitir como era a experiência de estar nesses eventos, mas sem mexer na naturalidade das coisas”, explica Dadá.

Entre os participantes, estão: Alê Adas, Alma Negrot, Baroque Angel, Barsotti, Belisa Murta, Bruno Perdigão, Carol Mattos, Cashu, Dada Scáthach, Eli Nunes, Fritzzo, Gabi Cara, Guilherme Moraes, Igor Albuquerque, Kaká Guimarães, Kedineoo, La Puta Inês, Laura Diaz, Loïc Koutana, Marco Paulo Rolla, Mary An, Metamorfo, Pedro Gonçalves, Raphael Dumaresq, Ruby Padam, Sabine Passareli, Scorza, Spektro, Technovinho, Terr Music, Tessuto, Toolio, Virgílio Andrade, Xoxottini.

O curta foi gravado durante um período de dois meses e meio e editado em um mês e meio. Na ansiedade de ver a forma que o documentário tomaria, Nayara resolveu criar um teaser (que você pode conferir nesta matéria) para mostrar aos demais integrantes do coletivo e o primeiro novo que lhe ocorreu foi “Puta Dor”. A sacada foi dando o tom do documentário e ajudou na elaboração da narrativa. A estreia ocorreu no dia 21/11 pela plataforma Shotgun [ https://shotgun.live/events/292020/stream ].

Nayara, que é diretora de conteúdo do canal Kondzilla, fala como o trabalho dela contribuiu para a realização do projeto: “Lá a gente já tinha um processo de como dirigir as coisas através do computador, um jeito de gravar, de produzir e de editar para atingir um resultado específico dentro das limitações que a gente estava vivendo. No documentário, a gente quis deixar tudo da forma mais livre possível. Foi uma loucura a gravação! A gente ficou viciado em entrevista. Toda hora queria ouvir mais, incluir mais relatos, contar da essência da música eletrônica, da luta política. Mas uma hora tivemos que colocar um freio para as coisas não perderem o controle”.

“Puta Dor” não é um projeto de quarentena apenas para os integrantes do coletivo Troikka. “Nesta trajetória, outros projetos foram surgindo durante os tempos de isolamento que abraçaram o documentário. É o caso da dupla Baexx, que fez pra gente uma trilha sonora maravilhosa, e a Lica Oliveira, que produziu uma arte incrível”. O resultado final está disponível para assinantes na plataforma Cardume [ https://cardume.tv.br/ ]. 

Ficha Técnica:

Diretores: Dada Scáthach (@dadascathach), David Resende (@davideresende), Nayara Macedo (@nanys_macedo)

Arte: Lica Oliveira (@licaoliv)

Edição de vídeo: Nayara Macedo

Trilha Sonora: BÆx (b_ae_x) – Projeto paralelo de @baroqueangel_ e @exex.m

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Equipe TUNTISTUN

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