Dando Close com a DJ School
TUNTISTUN: E aí DJ School, Beleza? Primeiro conte um pouco da história da escola, por que vocês criaram isso, quando criaram, quem já fez parte e quem faz parte atualmente?
Olá Tuntistun! Primeiramente obrigado pelo espaço. É uma grande satisfação estar neste importante canal de resgate e informação da música eletrônica de Brasília.
Tudo começou em 1996, quando Bruno Soares (DJ Arlequim), começou a dar aulas particulares de DJs para amigos. O Kax e Twin cam são dois deles. Aí foi pegando gosto pela coisa, pensando em um método de ensino e um “olhar” diferenciado para compreender a música e a técnica.
Em 2000 Arlequim se muda para Fortaleza, onde morou por 7 anos. Lá ele deu continuidade ao curso, mas dando aulas em casa mesmo. Não tinha a pretensão de se tornar um business. Mas o caldo foi engrossando, muitos alunos aparecendo e muita novidade. Em 2005, Arlequim se formou como Técnico de Áudio pela escola IAV, em São Paulo e fez duas especializações na Espanha pela escola Microfusa. Hoje, esse embasamento teórico e técnico é um diferencial da escola.
Por conta de outras prioridades profissionais do Arlequim,, de 2009 a 2014 o curso ficou desativado. Em 2015, Arlequim conversou com Wash dando a ideia de fazer um curso do coletivo qual fazem parte, o Funk the System. Nasceu aí a DJ School by Funk the System.
Começamos pequenos, num quarto do apartamento do Wash. Nosso primeiro aluno foi o Anachuri, que hoje é um grande talento local dono de uma identidade ímpar.
O tempo foi passando a necessidade de ter um espaço comercial foi surgindo. Então, quase 2 anos depois, montamos o estúdio no centro da cidade, o Setor de Rádio e TV Sul. Junto com a mudança de local veio a mudança de nome. Agora somos DJ School BSB.
Incluímos novas modalidades nos cursos de DJs, investimos em mais equipamentos e introduzimos o curso de Produção de Música Eletrônica, com o Ramiro no comando. Logo o espaço foi ficando pequeno e fomos para uma sala maior, na mesma quadra, que é onde estamos atualmente.
Fazem parte hoje da escola: Bruno Arlequim, Johnny (Linkage), Wash, Ramiro Galas, Cesinha Beep Dee e Thay (Preta). Brooks chegou a dar aulas durante um tempo.
TUNTISTUN: E o que vocês acham da evolução tecnológica para o DJ? Ele atualmente precisa saber mais do que antes? Como mexer em software e outras coisas? Ou a técnica de mixagem é suficiente?
A evolução tecnológica na música é algo impressionante. Todo ano uma coisa nova. Está até mais difícil se estabilizar num padrão por um período mais longínquo, como foi nos anos 80 com vinil e anos 90 com CD.
Achamos que conhecimento nunca é demais e amplia nossa capacidade de fazer coisas criativas. Mas respeitamos quem adota um único setup. É uma opção. A escolha de um setup vai muito do que o DJ se propõe a fazer. Se meu foco é apenas a mixagem ou performances com scratches e back-to-back, um par de toca discos é o suficiente. Mas se o mesmo quiser juntar 4 ou 5 músicas, criar loops e uma dinâmica própria o cenário muda, tem que partir pro Digital. O único DJ que fazia algo parecido com isso nos toca-discos é o espanhol Cristian Varella, que juntava 4 músicas em vinil. Só vendo dá pra saber como é trabalhoso.
Mas o mais importante quando se fala de equipamento, é ter a consciência que as ideias nascem antes. Não adianta decorar um manual de instruções de um equipamento ou software e achar que isso basta. Tem muito DJ que conhece muito recurso, mas faz uma performance sonoramente ruim.
Nosso foco é esse. Não ostentamos equipamentos. Queremos que o aluno saia ouvindo e manipulando a música de uma forma diferente, valorizando a Criatividade.
TUNTISTUN: E como é ensinar essa profissão para juventude? Tem gente interessada? Como a pandemia afetou o negócio de vocês?
Todos nós estamos passando por uma fase muito dura. Mesmo caindo um pouco, a procura continua sendo boa. Esse tempo que nos resta está sendo valioso para repensar nosso negócio e aprimorar a empresa e o curso.
Temos alunos de todas as idades, gênero, tribos… É muito bacana ver um cara de 70 anos chegar na escola e dizer que fazer o curso é um sonho. Mas os jovens são maioria, com certeza. Eles têm um “novo chip instalado” e dá pra ensinar muito mais rápido que antigamente.
TUNTISTUN: Vocês recebem vários DJs novatos para ensinar. Como eles chegam na escola? Já tem noção do estilo que querem? Entendem as dificuldades da profissão? Ou tão achando que é só hype?
Muitos chegam com um estilo musical definido e às vezes até com data de apresentação marcada (rs). A maioria chega sem conhecer muito sobre a profissão e o mercado. Nós somos muito transparentes em relação à realidade, os desafios e também a parte boa que é poder ganhar dinheiro fazendo uma coisa muito divertida para si e para os outros.
No decorrer do curso fazemos uma abordagem muito musical. O que importa pra gente é ter um bom ouvido, boas ideias e aplicar tudo isso com boa técnica.
TUNTISTUN: Cite alguns talentos que passaram pela escola de vocês, é legal as pessoas verem que podem realmente aprender e conseguir alcançar um lugar na noite, quais foram os talentos que saíram da escola?
Anachuri, Dai (RIP), Camila Jun, FGon, Linda Green, Rivkah, Rass, Nina, Yumi Project, Le Cara Cortada, ANRMS, Slow, Urannia, Ben Duanny, João Sarto, André Barcelos, Alice D, Alain e com certeza mais um monte que não nos veio à mente agora.
TUNTISTUN: E quem quiser entrar em contato, aprender essa carreira maravilhosa, como faz?
Basta dar um alô para a Thay 9.9360-3324 ou um DM no instagram @djschoolbsb
TUNTISTUN: Sugere umas músicas para a galera?
recomendadíssimo!