Disco Demolition Night e a Revanche da House
O movimento Disco Sucks foi um movimento de oposição à música disco nos Estados Unidos, que teve seu auge na década de 1970. Ele surgiu como uma reação à popularidade crescente da música disco, que era vista por muitos como superficial e sem conteúdo.
O movimento Disco Sucks promovia a música rock e se opunha à música disco, que era vista como uma ameaça à “verdadeira” música. Os seguidores do movimento eram conhecidos por se vestir com roupas de rock ou usar camisetas com a frase “Disco Sucks”.
O ponto mais alto do movimento foi o “Disco Demolition Night”, um evento realizado no Comiskey Park, em Chicago, em 1979, no qual um monte de discos disco foi explodido no campo de beisebol durante o intervalo de um jogo. O evento foi um fracasso e acabou em confusão, com vários incidentes de violência e depredação.
A Disco Demolition Night foi um evento infame que aconteceu em 12 de julho de 1979, durante o jogo entre o Chicago White Sox e o Detroit Tigers, nos Estados Unidos.
Apesar do seu curto período de popularidade, o movimento Disco Sucks teve um impacto duradouro na cultura popular e na música dos Estados Unidos. Ele foi um símbolo da luta entre diferentes gêneros musicais e da resistência à mudança.
O evento foi organizado pelo radialista de rock Steve Dahl, que liderou uma campanha de ódio contra a disco music, que era popular na época. Dahl acreditava que a disco era um gênero musical artificial e comercial, que ameaçava o rock and roll, e iniciou uma campanha para destruir os discos de vinil de seus ouvintes em um evento público.
A Disco Demolition Night atraiu mais de 50.000 pessoas, muito além da capacidade do estádio. O plano era que as pessoas trouxessem seus discos de vinil de música disco para o estádio, onde Dahl explodiria uma grande pilha deles no campo. Porém, o evento rapidamente se transformou em um tumulto, com fãs invadindo o campo, destruindo equipamentos e atirando objetos perigosos em outras pessoas.
link do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=AiDYGlSJY1E
A polícia teve que intervir para controlar a multidão, que só se acalmou após a chegada de reforços e a realização de um segundo jogo. O incidente foi amplamente condenado pela mídia e pelos artistas de música disco, que sentiram que estavam sendo alvo de preconceito e intolerância.
A Disco Demolition Night foi um marco na história da música pop, e simbolizou o conflito entre o rock and roll tradicional e a música disco, que dominou as paradas de sucesso nos anos 1970. O evento também chamou a atenção para questões mais amplas de raça, gênero e orientação sexual, já que a música disco era popular entre as comunidades afro-americanas e LGBT, e foi considerada por alguns como um gênero de música “gay”.
A frase “a house é uma vingança da disco” se refere ao fato de que a música house, um gênero que surgiu nos anos 1980, foi vista por muitos como uma forma de resgatar e homenagear a música disco, que havia sofrido muito preconceito e discriminação com o movimento Disco Sucks.
A música house foi influenciada pela música disco, mas também incorporou elementos de outros gêneros, como funk e soul. Ela se caracteriza por ter batidas fortes e repetitivas, sintetizadores e samplers.
Muitos músicos e DJs house viam a música como uma forma de resistir à discriminação e à opressão, e de celebrar a diversidade e a inclusão. Por isso, a frase “a house é uma vingança da disco” reflete essa ideia de reivindicação e celebração da música disco e de seus valores.
A história da música disco e do movimento Disco Sucks nos lembra da importância de lutar por direitos e conquistas na sociedade. A música disco foi vista por muitos como uma forma de resistência e celebração da diversidade, representando as comunidades afro-americanas e LGBT em um momento em que a discriminação era ainda mais presente. Já a música house, surgida como uma vingança da disco, trouxe novas possibilidades de expressão e celebração, dando voz às minorias e reivindicando um espaço na cultura popular. A luta por direitos e inclusão continua ainda hoje, e a música segue sendo uma forma poderosa de união e resistência.