KeylerO conta como a música mudou sua vida – 2022

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KeylerO foto: Pedro Lacerda

Keyler0 conta como a música mudou sua vida – 2022

[TUNTISTUN] Oi Keyler0, tudo bem? É uma alegria fazer essa entrevista com você que é dos múltiplos talentos da cidade, dj, produtor de eventos, cara de comunicação entre tantos talentos, vamos falar um pouco dessa aventura?

Salve TUNTISTUN! Tudo 10. Realmente nesses mais de 15 anos mergulhados na cena eletrônica de Brasília e do Brasil, posso dizer que já fiz de tudo um pouco. Bora lá! 

Vamos falar um pouco do início, conta um pouco de você, onde nasceu e tal, conta pra gente como foi sua juventude? 

Sou paranaense nascido em Cascavel. Vivi lá até os 9 anos e a partir daí girei um pouquinho até chegar em Brasília. Morei em Campo Grande (MS) e em São José do Rio Preto (SP). Eu nasci em 88, praticamente cria dos anos 90, minha infância em todas essas cidades foi de muito futebol na rua, pega-pega, casa na árvore e uma pah de ralados nos joelhos. Um pouco mais velho comecei a praticar vários esportes, além do futebol.

Primeiro foi o tênis, depois o vôlei e por fim, basquete. Teve uma época que eu fazia tudo ao mesmo tempo. 2 anos depois que cheguei em Brasília caí de cabeça na música, e o esporte já não era mais prioridade. Aquela fita: depois que você conhece e gosta da música eletrônica alternativa, aquilo se torna um motorzinho na sua vida.

E qual a importância da música na sua adolescência e formação como pessoa?

Tanto na infância como na adolescência, sempre escutei muita música por conta do meu pai. Em casa e no carro. Principalmente no carro. Meu pai gosta muito de viajar de carro e sempre separava uma caixinha de sapatos com muitas fitas K7 pras viagens. Tim Maia, Toquinho, Gal Costa, Michael Jackson, Rita Lee, Elton John, Tom Jobin, Maria Bethânia, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Titãs e muita música clássica: Mozart, Chopin, Strauss entre outros. Em casa, me lembro claramente do meu coroa colocar música clássica pra mim e pra minha irmã dormirmos.

Um pouco mais velho e morando em São Paulo, comecei a escutar algumas bandas de rock. Green Day, Offspring, Gun’s n Roses, Metallica, Red Hot Chilli Peppers, Raimundos, Charlie Brown entre outras. Nessa época a influência maior foi de alguns primos e primas. Em paralelo, também já curtia Rap e Hip Hop. Racionais, Tupac, Eminem, Snoop Doggy. E também foi nesse período que conheci, sem saber o que realmente era “aquele” som, alguns dos projetos mais famosos da e-music. Me lembro bem de Daft Punk, The Chemical Brothers, Ez Rollers e os meus heróis da adolescência: The Prodigy

Quando e como você descobriu a música eletrônica?

Após uns 2 anos morando Brasília, em 2002, a música eletrônica me pegou em cheio. Mais precisamente o Drum and bass e o Breaks. “LK” do Marky e XRS tocava até na escola. Alguns amigos também já curtiam essa pira de mixar e pesquisar música, mas nessa época era uma salada (bem da hora). Do funk carioca a um som mais alternativo, tipo jungle.

Como uma forma de me adaptar à cidade e conhecer pessoas, comecei a colar nas festas. Principalmente em Taguatinga, e o LAB, de fato, foi o meu maior “laboratório” nesse mundo de coisas novas que entraram na minha vida. Lá fiz amizades que duram até hoje, descobri muitas músicas, estilos, lifestyle e também foi a sementinha da produção de eventos.

Cerca de 1 ano depois e já inserido na cultura, comecei a escrever e cobrir eventos para um site de São Paulo que tinha como foco as batidas quebradas. Aliás, saudades dnbonline.com.br. Aprendi muito nesse projeto. Fiz de tudo por lá: matérias, notas, entrevistas, cobertura de eventos em áudio e vídeo, gravação de podcasts etc.

Uns 5 anos depois, mais precisamente em 2009, produzi minha primeira festa com mais 4 amigos.

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KeylerO Foto: Fer Coutinho

E logo que você gostou da música decidiu ser Dj? Como foi esse caminho?

Foi tudo muito rápido. A música eletrônica entrou na minha vida aos 13/14 anos e se tornou um vício de uma hora para outra. Nesse período me matriculei em um curso de discotecagem na saudosa Pro Vinil, com o DJ Ocimar, no Conic. Aprendi a mixar num par de CDJ 100, mk2 e numa Denon. Não lembro o modelo. Acho que tenho a apostila do curso até hoje. Após a conclusão das aulas, veio a dura realidade: não tinha dinheiro pra comprar discos e muito menos equipamentos. O combinado com o meu velho era o “paitrocínio” do curso. O resto já era viagem da minha cabeça, (pra ele hahaha) 

Quais foram suas primeiras festas e Djs que te abriram os olhos?

Como eu disse, a festa mais importante da minha formação como clubber foi o Laboratório (LAB). Lá vivi essa cultura intensamente dançando no rolê do primeiro ao último play. Meus heróis da época e até hoje são o Freeky, Weirdo, Poeck e LuiJ. Esses 4 faziam eu sair de casa pra todo que é canto desse DF. De Brazlândia à Sobradinho. O foco ainda era Drum and Bass, Breakz e batidas quebradas no geral, mas o Techno e o House também já estavam presentes: Ahmed, Brooks e Ricco eram os caras que eu mais acompanhava. Infelizmente não conheci muitas minas que tocavam nessa época. 

Alguns festivais em Brasília também foram muito importantes pra esse despertar. São eles: Love, Tech-Tronic, EMF e BMF.   

Keyler0
KeylerO foto: Fer Coutinho

Você faz parte de alguns coletivos históricos da cidade, entre eles o CCCP, a Vapø_r, já participou de muitas ações relevantes culturalmente para a capital, acha que estamos perto de viver um momento mais estruturado da noite ou ainda vivemos isolados e tentando sobreviver? 

Acredito que o trabalho desses coletivos que você citou e de muitos outros de Brasília estão mudando o cenário. Já não vivemos isolados da cena cultural local e somos reconhecidos fora do DF, e até em outros países. O que falta é um pouco mais de profissionalismo, além de um maior incentivo da iniciativa privada. Mas nesse ponto, um lado viabiliza o outro: profissionalismo aproxima a iniciativa privada, portanto precisamos melhorar.

Diz para gente 5 músicas que te marcaram no início da sua descoberta da música eletrônica?

E-Z Rollers – Tough At The Top

Pendulum – Vault

Renato Cohen – Pontapé

DJ Marky & XRS – LK Feat. Stamina MC

The Prodigy – ‘Breathe’

Quais Djs da cidade você acha que merecem a nossa atenção?

Ursula Zion, Key, Preta, Giograng.

Fala um pouco das suas influências musicais, o que você busca no seu som?

Minhas principais influências musicais estão nas faixas produzidas/criadas por artistas como: Donna Summer, Michael Jackson, Tim Maia, Aretha Franklin, DJ Marky, Erykah Badu, Carl Cox, Alicia Keys, Robert Hood, Jeff Mills, Tupac Shakur, Roni Size, Notorious BIG, Kendrick Lamar, Racionais, KL Jay, Sabotage, Black Alien, Beyoncé.   

Sobre a minha identidade sonora: gosto de transitar entre grooves e faixas bem sintéticas. E procuro sempre me desafiar. Sair do lugar comum. Às vezes dá certo, outras não. Mas a evolução é constante então por que não tentar, certo? Nessas viagens sonoras por estilos, gosto de classificar alguns dos meus sets como “Houseno”. 

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KeylerO foto: Fer Coutinho

Pode indicar 5 músicas mais recentes que você tem curtido?


Josh Wink – Nuclei [CORLP049]

Edetto – Make It Work [EI8HT024]

LSDXOXO – The Devil (Lyric Video)

Sui Zhen – “Perfect Place (Roza Terenzi’s Smoke Machine Mix)”

Eduardo De La Calle – The Stand Feat. Joolz (Soulfeed Remix)

Instagram do Keyler0 : https://www.instagram.com/keylerooo/

Escute o novo set do Keyler0 : https://www.mixcloud.com/keylero/keylero-vap%C3%B8_r-beco-da-cal_-mai-22/

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DJ Oblongui

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