Por Inez Mustafa
Em latim, Ortus significa amanhecer. Nesse sentido, o som do paulistano Giovanni Delgado definitivamente tem forte similaridade com os aspectos solar, uma vez que sua batida pode ser tanto mais fria quanto mais quente. Hoje, junto de Diego Ruiz, também está no comando da gravadora Real Supernova, e como DJ já fez a pista da D-EDGE (SP) e do 5uinto (BSB) tremerem com seu som que flui entre as diversas vertentes do Techno.
Tuntsintun: Ortus, tudo bem? Vamos conversar sobre a sua trajetória, identidade sonora e momento atual. Pronto para compartilhar com a gente a sua trajetória?
Ortus: Olá, tudo ótimo! Claro, com o maior prazer, fico feliz com minha participação!
Você cresceu em família que te influenciou e te incentivou a estudar música desde pequeno, como o piano. Como você via essas responsabilidades quando criança? Como essas demandas parentais te ajudaram como produtor musical e DJ?
Meus pais dizem que desde quando eu era bebê, eu era louco por música, qualquer coisa que estivesse tocando, eu estava dançando. Se tinha alguém tocando alguma coisa que fazia som eu já estava lá pertinho olhando. Quando tinha uns 6, 7 anos eles me colocaram na aula de piano e violão. Eu adorava as aulas, e as fiz por bastante tempo. Hoje eu só tenho a agradecer por eles terem me colocado pra estudar música desde criança, isso fez eu me interessar muito mais por tudo ligado a música.
Você foi o tipo de artista que decidiu aliar a teoria à prática. Qual a importância que você dá para o curso de produção de música eletrônica à sua rotina de DJ?
Acho essencial, mesmo que com a tecnologia de hoje, as pessoas tenham acesso a qualquer conteúdo na internet, mesmo com muita informação no YouTube, acredito que você fazer um curso de produção com alguém que já está no mercado faz um tempo e te explique como realmente funciona as coisas é muito importante. Acho legal não só a parte técnica quanto também saber tudo o que rola na cena. É uma dica importante: Nunca pare de estudar, independente do que você sabe ou o quão experiente você é.
Conta para a gente como foi desenvolvida a sua identidade sonora? Em que momento ela está agora?
A ideia inicial do projeto era tocar sons que lembravam um nascer do sol, porque em latim Ortus significa isso, seriam eles sons bem melódicos, breaks que te envolvem e os drops marcantes, mas conforme o tempo foi passando, a gente vai conhecendo outras coisas e criando uma identidade. Eu brinco com a galera e falo que até hoje não consegui me achar em um estilo, mas eu acho que esse é o grande lance. Não se prender em um estilo, mostrar cada vez mais versatilidade nas produções e sets. E sempre tentar ser diferente.
O momento que me encontro é exatamente esse, esse mix de estilos que me inspiram e eu tento passar isso pras minhas produções. Meus próximos lançamentos são músicas totalmente diferentes umas das outras.
Existe algum artista que represente bem aquilo que você busca para sua carreira? Quem é o cara que você mais se espelha?
Sim, um deles é o Maceo Plex. Como eu citei na minha última resposta, me admira quem faz algo diferente. O Maceo Plex é totalmente imprevisível, você nunca sabe o que o cara vai tocar, e nos sets dele tem uma variação enorme de estilo e a pista sempre é conduzida com maestria.
Solomun é outro artista que toca de tudo e sempre surpreende também. Os caras tocam música boa, não importa o estilo, e a grande sacada do DJ é fazer isso que eles fazem, saber como construir um set e conduzir a pista sempre inovando e não se prendendo em um estilo só.
Por fim, quais as resoluções para 2022 que você gostaria de compartilhar com a gente? Você já tem alguma GIG marcada ou novidade que pode ser falada?
Vai rolar muita coisa legal, o lançamento do meu EP pela Prisma agora em março e tem mais lançamentos que ainda não posso falar, mas muita coisa legal e diferente vindo por aí. Tenho me dedicado muito nas minhas produções. Além disso, os eventos estão voltando devagarzinho e sempre tá rolando umas gigs legais. E prometo que vai rolar mais episódios da minha série “Senses” no YouTube. =D
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