sanctus_d.o conta sua história
Hoje falaremos com sanctus_d.o que vai contar sua história!
[TUNTISTUN] Oi sanctus_d.o tudo bem? É um prazer fazer essa entrevista com você que é um dos djs da nova geração que vem fazendo um trabalho consistente, vamos falar um pouco disso tudo?
Olá, mais feliz que eu só quem acabou de ganhar um milhão de reais. kkkkk
[TUNTISTUN] Vamos falar um pouco do início, conta um pouco de você, onde nasceu e tal, conta pra gente como foi sua juventude?
Nasci no Plano Piloto (DF), mas minha vida é aqui na Ceilândia (DF). Minha cabeça desde o começo era diferente, me entende? Era legal, eu me juntava com o Derek e o Dylan que são meus primos, e a gente acabava com qualquer festa brincando, sendo feliz, sabe? Era uma energia e uma mente pertubada diferenciada que a gente tinha. kkkkkkk (pode ter uma grande influencia na música).
Nesse meio tempo, quando eu tinha uns 7, 8 anos minha família se mudou para a 8J, Sul. (Um salve nos meus aliados para vida toda), aquilo foi perfeito pra me moldar para conseguir viver. Cheguei criança, eu amava correr, brincar, e lá foi o momento perfeito para isso. Todo dia eu ia para a rua brincar, brigava por pipa, jogava bola, brigava, apanhava. E isso foi me moldando como ser humano mesmo, sabe? Ate chegar um certo momento em que tivemos que nos mudar, Foi um baque na minha vida.
[TUNTISTUN] E qual a importância da música na sua adolescência e formação como pessoa?
Quando me mudei foi horrivel, por mais que eu tivesse algumas pessoas como amigo lá, eu sentia uma energia caotica do mundo, um medo de viver, fui tentando me afundar cada vez mais, sempre procurando um buraco maior para entrar, isso com uns 15, 16 anos. Foi quando eu conheci o RAP, que simplesmente me salvou de tudo, todos os dias, me tirava de onde eu não deveria de forma alguma estar, sabe?
Foi uma era muito sinistra Reprovei no ano, minha depressão cresceu, foi quando comecei a fumar cigarro, ficava com o mundo inteiro para ver se algo me preenchia, sabe? Mas nada ajudava, só me afundava cada vez mais. Logo depois uma ex namorada me ensinou a escrever poesia, então enquanto escrevia nos fones de ouvido estavam tocando algo sutil e que deixasse meu emocional sair, Músicas indies, Adelle, Coldplay, Kamaitachi.
Depois que liberei todo o sentimento ruim de angústia saiu eu comecei a escrever muito sobre ódio, sobre as coisas que eu tinha passado, situações que fiz com as pessoas, No fone de ouvido era BK – Castelos e ruínas, Djonga – O menino que queria ser Deus, Froid, Adl com certeza, Suicide boys, Kendrick Lamar, Lil peep, XXX Tentacion.
Quando terminei o namoro e me aprofundei de verdade na musica, escrita, fotografia foi o momento em que a vida mudou a chave, sinto que começei a me sentir vivo de novo. Minha alma voltou a gritar por prazer,de novo, a arte me deu a possibilidade de respirar de novo o ar da alegria, dos sonhos, de acreditar em mim e na vida. Isso me conforta sobre o futuro. (ps: Adele – Rolling in the deep. Me abraçava de um jeito kkkkk)
[TUNTISTUN] Quando e como você descobriu a música eletrônica?
A minha mãe tinha um som no carro que abria a tela,então meu irmão baixou um set da Tomorrowland e colocou no pendrive, um dia ele me mostrou e eu fiquei fascinado por tudo aquilo, depois fui ouvindo: David Guetta, Alok, The Black Eyes peas, Tiesto, Avicii, Steve Angelo, Esteve aok. E o proprio funk, rap, trap, drill, o grime tambem, isso é gostoso de se lembrar, porque o house que eu gosto fui conhecer de fato mesmo uns 3 anos depois que conheci os outros sons que falei aqui, sabe?
Isso fez um diferencial enorme para o meu som como artista, sendo dj ou produtor, porque eu sempre gostei muito dos sons mais agressivos nas vertentes, sons com grooves fortes ou coisas muito sutis, elegantes, para se tocar vestido de terno, tomando um vinho.
[TUNTISTUN] E logo que você gostou da música decidiu ser Dj? Como foi esse caminho?
No começo com o house foi meio complicado, porque era aquela transição do Funk para o house, porque ao mesmo tempo que eu me sentia meio preso no funk o meu ego não queria de forma alguma ir para o house, por causa de buxixo (fofoca), me entende? Perturbação de onde eu tocava, o perigo que tinha e as pessoas que tinham lá dentro, porem eu não queria sair exatamente por isso. Foi o que me ensinou tudo sabe, desde o feeling da pista, até mixagem.
As pessoas que eu via do house não me convencia que aquilo era bom de verdade e o funk me fez ter uma sonoridade já pronta pra só chegar no house e fazer. O louco foi que quando comecei a produzir, ainda não era tão familiarizado com o house, então tipo o nível que eu vou conhecendo e gostando mais, vai diretamente para dentro da DAW e picapes.
[TUNTISTUN] Quais foram suas primeiras festas e Djs que te abriram os olhos?
Sem sombras de dúvidas o Guimma, Davi rosa (Dizzy), a Bruna Val COM TOTAL CERTEZA é a que mais abriu meus olhos, ela é minha mentora full, tudo que eu preciso aprender em relação a pista é com ela, Black coffe, Honey Dijon, ODD KONCEPT, hardkicks. No final da pandemia o D0octor ficava comigo no discord me mostrando suas musicas, mostrando suas referências, me ajudando muito.
Em relação a festa, eu comecei a ir mesmo em festa na pós pandemia, onde conheci o Coletivo Hangover, a Dotmagazine, a Next, os rolês que o Hopper fez no Blitz. Sem contar a externa, que virou particularmente um aulão de sons e pessoas diferentes. Tudo isso aconteceu e ainda acontece através do meu irmão do coração Thiago Porongaba, que me aproximou bastante da cena de Brasília, me fez conhecer locais que me ajudava e ajuda a moldar tanto a minha pessoa, como o meu som. O Porongaba com a Bruna Val, o João (Jay Raw), Blackjack me ajudou a conhecer cada vez mais.
E o Pawsa, em um momento em que eu estava quase parando de produzir me revoltei comigo mesmo e peguei acho que uns 3, 4 pwascast e fiquei ouvindo sem parar para ver se eu conseguia entender algo de como fazer, me ajudou bastante.
A Insomnia vem por ultimo, porque ela merece um parágrafo só para ela. Junto com a tropa ai de cima, a insomnia acreditou e acredita muito em mim, sabe? Foi o primeiro rolê a abrir portas para mim. E foi o primeiro que foi marcante do começo ao fim, tanto pela energia, pelas pessoas, pelos sets, pela forma que eu consegui viver da melhor forma possível. Eu devo muito a essas pessoas, de fato.
[TUNTISTUN] Diz para gente 5 músicas que te marcaram no início da sua descoberta da música eletrônica?
(Alok, Bruno Martini feat. Zeeba – Hear Me Now (Official Music Video))
(David Guetta – Play Hard ft. Ne-Yo, Akon (Official Video))
(LINKAGE – SOLITUDE), o ep inteiro não só me salvou, mas também foi a primeira vez que me conectei de fato com a musica, sabe? Desde a sonoridade até a história por trás.
(Bonde Do Tigrão – Vou Passar Cerol Na Mão)
(BK – castelos e ruínas) o álbum inteiro, isso é um clássico para a vida toda, é incrível como esse álbum me salva todos os dias até hoje.
[TUNTISTUN] Você também é o responsável pelo Insomnia Music, conta pra gente um pouco mais sobre o selo?
A Insomnia é uma agência de tour manager original da Inglaterra com o intuito de trazer artistas estrangeiros para o Brasil. Logo após isso, o Thiago Porongaba ficou responsável pela parte da Insomnia daqui do Brasil, sempre com o intuito de fazer essa ligação dos países. Com o tempo eu e o Porongaba ficamos mais próximos dando a possibilidade dele ver meu trampo e de ser um dos meus mentores musicais.
Quando ele chegou com a proposta de criar o time de djs da Insomnia eu não pensei duas vezes, era uma oportunidade única na vida, sabe? Pareceu até que foi Deus ouvindo todas as minhas orações. Logo em seguida eu falei para ele chamar a Bruna Val porque ela é simplesmente a mais cabulosa que eu já vi e ouvi tocando, desde o primeiro evento em que vi ela tocando fazendo eu virar fã dela até as músicas que ela me manda no dia a dia hoje kkkkkk. O Floriano (Space sheeps) foi o que ensinou o Porongaba sobre muita coisa que ele sabe hoje musicalmente.
E o Guimma , foi o primeiro mano de verdade que eu vi tocando e fazendo o baile, ele me apoia muito desde o início, quando minha persona D.O ainda estava nas pistas tocando funk. E a ODDK, Composto pelo Rubens e o próprio Thiago, quem já foi em algum set deles, sabe que o bagulho é diferenciado. Aquilo ali é uma aula todo santo set.
O nosso time tem mais potencial que o time do Brasil em 2002.
[TUNTISTUN] Fala um pouco das suas influências musicais, o que você busca no seu som?
Por incrível que pareça, eu comecei a produzir antes mesmo de gostar e conhecer o house de fato. Minha primeira referência foi meu amigo João (Jay Raw), a gente ia para a casa dele fumar e ele simplesmente me mostrava umas 30, 40 músicas por dia, mas fora isso não ouvia mais nada relacionado ao house music. Isso afetou até mesmo na minha produção, porque como não existia uma referência concreta o que me dava uma luz para produzir era a mesma luz da escrita. Mas o que era essa luz?
Seria o próprio sentimento, o ódio, rancor, medo, ansiedade e depressão. Foi uma era muito complicada, foi um pós relacionamento muito complicado de se vencer e de curar algumas feridas, eu me sentia cada vez mais longe do mundo, longe das pessoas e a música me abraçou de uma forma tão intensa me dando mais liberdade para tirar tudo de ruim que eu tenho dentro de mim, é como se fosse um exorcismo de sentimentos que podem me matar ou me fazer chegar no topo através da arte, me entende?
Agora em termo musicais, meu padrinho musical MNK4, minha melhor amiga Bruna Val, meu professor Class sick e o seu grupo no whatsapp, azztech, meu mano Salim Sahao, Linkage, D0octor, Bemore. De pessoas que não conheço pode se dizer que Cla$$ e Jcult, Simas, Classmatic, Trallez, Michael Bibi, Pawsa. Sem esquecer do meu aliado Luan Finger, o melhor de Roraima.
[TUNTISTUN] Pode indicar 5 músicas mais recentes que você tem curtido?
Suga7 – Take it back
Gil do Andaraí – Mente de um vilão
Robb Swinga – mañanita
(HFlo.Von – Rolls Royce (Holt88 Remix)
WAND7R & Guimma – Bananza (remix)
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